O período do verão é um aliado do vírus HSV-1 – o sol em excesso é capaz de disparar episódios de herpes. Mais de 90% dos brasileiros já foram contaminados com o vírus do herpes, segundo dados da SBD-Sociedade Brasileira de Dermatologia. A doença não tem cura, mas o tratamento adequado permite minimizar significativamente os sinais e sintomas.
Existem o herpes tipo 1 (HSV-1), que é transmitido pelo ar e algumas situações como beijo, utilização do mesmo copo ou talheres, por exemplo, e herpes tipo 2 (HSV-2), este é transmissível sexualmente, além do herpes zoster, que é do vírus varicela-zoster, o esmo vírus da catapora. A OMS-Organização Mundial da Saúde divulgou uma estimativa de que 67% da população global com idade até 50 anos tenham infecção pelo herpes tipo 1.
O dermatologista Weber Coelho, mestre em Dermatologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, membro efetivo da SBD e membro da SBCD-Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, alerta que o número de casos tem tido aumento significativo. “Novamente os vilões da saúde, o estresse, a ansiedade e outras alterações emocionais, como depressão, por exemplo, comprometem as defesas do organismo humano e favorecem os episódios desagradáveis provocados pelo herpes tipo 1 e zoster. Por isso, os casos têm aumentado demais”, explica.
Algumas pessoas não manifestam sinal algum, mas o vírus é altamente contagioso. Uma vez contaminada, a pessoa não mais se livrará do vírus. O contato com a pele de uma pessoa infectada, objetos contaminados levados à boca, gotículas de saliva ou beijo são possibilidades de contaminação. A infecção provoca o surgimento de bolhas pequenas acompanhadas de sensações de ardor, coceira, formigamentos ou agulhadas. Em uma semana, as bolhas podem secar desaparecem.
“O vírus pode ficar silencioso no organismo humano e provocar manifestações de tempos em tempos, especialmente quando as defesas do organismo estão debilitadas, em situações de estresse, quadros gripais ou por excesso de sol na pele”, explica o dermatologista Weber Coelho.
Segundo ele, pessoas que apresentam crises com maior frequência devem se cuidar com protetor solar, evitar excesso de sol e prestar atenção em alterações emocionais que podem provocar crises. O herpes se manifesta inicialmente com ardor ou coceira no canto da boca, até o surgimento de bolhas que, com os dias, secam e viram feridas até desaparecem.
É imprescindível o acompanhamento médico para tratamento medicamentoso e orientações para cada caso. O dermatologista alerta que a automedicação pode agravar as feridas e é sempre um risco para a saúde geral. O tratamento pode ser feito com pomadas e, dependendo do caso, com antivirais.
“Lavar as mãos é uma forma de prevenção importante. O ato é simples, mas a efetividade é capaz de salvar vidas em muitas situações. A higiene das mãos e os cuidados para não levar dedos aos olhos ou à boca, por exemplo, pode nos livrar de gripe, conjuntivite, infecção por salmonela, hepatite A, infecções gastrointestinais e várias outras”, explica Weber Coelho.
O médico explica que a limpeza das mãos deve ser feita com água e sabão, esfregando sem necessidade do uso de força física por 20 minutos todos os dedos e lados das mãos.